Transição Rio de Janeiro

O Movimento de Transição no Rio de Janeiro teve início em 2010, inspirado pela chamada global para repensar nossos modos de vida diante das crises ecológicas, sociais e econômicas. Desde então, plantou sementes em muitos bairros da cidade, cultivando redes de cuidado, experimentação e transformação local.

Grupos atuaram ativamente em comunidades como Cosme Velho, Laranjeiras, Gávea, Olaria, Botafogo, Flamengo, Grajaú e Petrópolis, criando espaços de convivência, trocas, aprendizagem e regeneração.

Uma das iniciativas mais marcantes foi a Feira do Desapegue-se, que aconteceu de forma consistente durante 10 anos, promovendo a cultura do desapego, do reuso e da abundância compartilhada. Também ganharam destaque espaços colaborativos de emprrendedores como a Casa Colaborativa T.E.R.R.A., que funcionou por dois anos como um verdadeiro laboratório de novas economias, e novos modelos de governança distribuída e criação de negócios que cuidam da vida; e o Espaço C, ativo por dois anos, onde brotaram ideias, encontros e projetos com base em colaboração, criatividade e co-criação.

Ao longo dos últimos anos, foram realizados quatro treinamentos presenciais do Movimento de Transição no Rio de Janeiro, reunindo dezenas de pessoas comprometidas com a construção de comunidades resilientes e regenerativas.

Em 2020, o movimento promoveu o Fórum de Empreendedorismo Regenerativo Local, reunindo iniciativas da cidade e da região para dialogar sobre novas economias, modelos colaborativos e práticas regenerativas aplicadas à realidade urbana do Rio. Esse fórum marcou o início de uma articulação mais estruturada da Reconomia no território carioca, fortalecendo empreendedores locais comprometidos com a transição para um futuro mais justo e sustentável.

Atualmente, a iniciativa mais pulsante do movimento na cidade é o Jardim Aromático, uma horta urbana localizada no Flamengo, que se tornou um espaço vivo de encontro com a terra, cultivo coletivo, educação ambiental e conexão entre vizinhos. Mais do que plantar ervas e alimentos, o Jardim cultiva vínculos, cuidado e esperança.

Além disso, o Rio de Janeiro está ativamente envolvido no projeto internacional de Reconomy Cidades Irmãs (Twinning Places), que conecta territórios em transição ao redor do mundo — como Bern (Suíça), South Devon (Reino Unido), Luxemburgo e Rio de Janeiro — para fomentar trocas entre coletivos cidadãos, empresas sociais, universidades e governos locais. A proposta é fortalecer ecossistemas econômicos regenerativos através de colaboração translocal, aprendizado mútuo e construção de soluções enraizadas nos contextos locais.

Essa trajetória reflete a potência do Movimento de Transição em contextos urbanos: criar redes de apoio mútuo, reconectar pessoas com seus territórios e oferecer caminhos práticos e afetivos para a transição para uma cultura que cuida da vida.

English:

The Transition Movement in Rio de Janeiro began in 2010, inspired by the global call to rethink our ways of living in the face of ecological, social, and economic crises. Since then, it has planted seeds in many neighborhoods of the city, cultivating networks of care, experimentation, and local transformation.

Active groups emerged in communities such as Cosme Velho, Laranjeiras, Gávea, Olaria, Botafogo, Flamengo, Grajaú, and Petrópolis, creating spaces for connection, exchange, learning, and regeneration.

One of the most remarkable initiatives was the Desapegue-se Fair, which took place consistently for ten years, promoting a culture of letting go, reuse, and shared abundance. Also noteworthy were collaborative entrepreneurial spaces such as the T.E.R.R.A. Collaborative House, which operated for two years as a true laboratory of new economies, distributed governance models, and the creation of life-centered businesses; and the Espaço C, active for two years, where ideas, gatherings, and projects blossomed, all grounded in collaboration, creativity, and co-creation.

Over the years, four in-person Transition Movement trainings were held in Rio de Janeiro, gathering dozens of people committed to building resilient and regenerative communities.

In 2020, the movement organized the Local Regenerative Entrepreneurship Forum, bringing together initiatives from the city and surrounding regions to discuss new economies, collaborative models, and regenerative practices applied to the urban reality of Rio. This forum marked the beginning of a more structured articulation of Reconomy in the Rio territory, strengthening local entrepreneurs committed to the transition toward a more just and sustainable future.

Currently, the most vibrant initiative in the city is the Jardim Aromático (Aromatic Garden), an urban garden located in Flamengo that has become a living space for connecting with the earth, collective cultivation, environmental education, and neighborly bonds. More than planting herbs and food, the garden nurtures relationships, care, and hope.

Furthermore, Rio de Janeiro is actively involved in the international Reconomy Twinning Places project, which connects Transition territories around the world — including Bern (Switzerland), South Devon (UK), Luxembourg, and Rio de Janeiro — to foster exchanges between citizen collectives, social enterprises, universities, and local governments. The aim is to strengthen regenerative economic ecosystems through translocal collaboration, mutual learning, and the co-creation of solutions deeply rooted in local contexts.

This journey reflects the power of the Transition Movement in urban contexts: to create networks of mutual support, reconnect people with their territories, and offer practical and heartfelt pathways toward a culture that cares for life.